O trabalho

O trabalho

A importância do trabalho é presente em toda a história porque, ao longo do curso da existência humana, teve um papel fundamental de agregação, tendo sido possível através dele manter a própria sobrevivência e a do grupo.

Com o passar dos tempos, o trabalho se estabeleceu, basicamente, de duas maneiras, as quais permanecem até os dias de hoje: trabalho por conta própria, que tem seu valor voltado para o próprio indivíduo, no sentido de que todos os frutos desse trabalho sejam em benefício próprio, e trabalho por conta alheia, em que o valor do trabalho abandona o individual e torna-se coletivo, recebendo o trabalhador um valor econômico pela energia despendida, já que o fruto pertence a outra pessoa.

É remota a ideia de que o trabalho tem uma correspondência íntima com a dor, o sofrimento, a exaustão e a atividade penosa nas duas maneiras, mas mais acentuada no trabalho por conta alheia. A palavra trabalho tem sua origem etimológica na expressão latina tripalium, que designa um objeto de tortura ou um instrumento usado para imobilizar grandes animais, no mesmo caminho da palavra sinônima labor, que no latim significa dor, sofrimento e fadiga, cuja correspondência em grego era ponos, termo do qual deriva a palavra pena.

O trabalho ao redor do mundo evoluiu com o tempo, passando da escravidão (registrado desde a Antiguidade) para a servidão (característica da Idade Média), sendo exercido de modo livre, com base no contrato de trabalho, a partir da Revolução Industrial (segunda metade do século XVIII), forma que permanece atualmente. O entendimento contemporâneo do trabalho foi alterado, uma vez que, reconhecido como elemento necessário ao desenvolvimento da personalidade, confere dignidade ao ser humano.

É indiscutível que o trabalho é um bem social, já que ele não produz resultado econômico apenas para quem trabalha, mas para toda a comunidade da qual o trabalhador faz parte. Além disso, como bem social, não deixando de ser um bem negociável, o trabalho não pode ser tido como mercadoria, pois está vinculado à personalidade daquele que presta serviços.

Como o grande motor na produção de riqueza de uma sociedade, o trabalho não deixa de gerar conflito entre aquele que toma o serviço e aquele que o desempenha. A relação razoavelmente harmônica entre essas duas tensões é que torna possível atender os interesses de ambos, permitindo ao empregador obter lucro e  ao empregado renda, com o consequente benefício para a toda sociedade ao proporcionar o crescimento econômico, a geração de tributos e o fortalecimento do mercado consumidor.

Desta forma, se você é empregado, dê o devido valor ao seu trabalho, porque é ele que lhe permite o sustento próprio e da sua família, com dignidade e liberdade; mas sendo você um empregador, valorize muito seu empregado, pois é por intermédio da força de trabalho dele que você conquistará seus objetivos e poderá levar adiante seu ímpeto de empreendedor.

O Estado como beneficiário dos frutos do trabalho, não sendo agente produtivo, tem o dever de criar um ambiente minimamente seguro para o desenvolvimento de um campo propício para a realização do trabalho de modo adequado, algo que beneficiaria empregados, empregadores e, em última análise, toda a sociedade.

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